A espetacularização de cadáveres: a musealização de restos dos cangaceiros no Museu Antropológico Estácio de Lima

Autor: Maria Caroline Macedo de Carvalho
Ano da Defesa
2019

Resumo

Esse artigo tem como proposição discutir as razões da musealização e da trajetória das cabeças dos cangaceiros expostas no Museu Estácio de Lima, em Salvador, por mais de trinta anos. As cabeças que primeiro foram objeto de estudo científico, baseadas nas teorias de Cesare Lombroso e de Nina Rodrigues, passaram a ser objeto de espetacularização, atraindo ao museu um público diverso que desejava ver de perto os grandes protagonistas da história do sertão do começo do século: Lampião e seu bando. As cabeças simbolizavam o fim definitivo do cangaço e a dominação do inimigo, baseado em teorias do racismo científico para reafirmar a hegemonia e dominação cultural e política.