A estetização da política e o neofascismo em rede

Autor: Hanna Suanne de Oliveira Silva
Ano da Defesa
2021

Resumo

Em meados do século XX, pensadores buscaram compreender a ascensão da extrema-direita nazifascista na Europa. Um desses pensadores foi Walter Benjamin. O teórico alemão debruçou-se em estudos sobre uma filosofia estética com esse mesmo intuito, porém, não somente sob uma visão econômica e política, mas sob a construção de um campo semântico que transformou a política em espetáculo usou do nacionalismo, messianismo e saudosismo de um suposto passado de glórias BENJAMIN (2013), e fez do cinema sua máquina de propaganda para se estabelecer no poder, ligando esses fatores à transformação da arte pelo avanço do capitalismo industrial e da massificação BENJAMIN (2012). Hoje, o mundo vive em um novo período de transformações com o estabelecimento da Revolução Digital e as novas formas de mediação social que emergiram desse fenômeno. Concomitantemente, o Brasil e o mundo veem uma extrema-direita que produz campos semânticos particulares ascender no horizonte. Esses grupos se fazem valer de ferramentas tecnológicas que ganharam força com a tecnologia algorítmica AMADEU (2019) por meio das mídias sociais transformou a política em espetáculo. Assim sendo, e analisando a ascensão do bolsonarismo no Brasil, esse trabalho busca responder: seriam as mídias sociais ferramentas cooptadas pela extrema-direita brasileira para a estetização da política e consequente ascensão de sua ideologia?