Machismo e racismo na música: as mulheres negras no pagode dos anos 1990

Autor: Nathália Maria Freitas Duarte Geraldo
Ano da Defesa
2021

Resumo

O artigo apresentado resgata o contexto, os sujeitos e as relações entre mídia e artistas que definiram o pagode como um dos estilos musicais que alcançou sucesso durante os anos 1990 no Brasil, analisando a ausência de mulheres negras como protagonistas dessa época. O referencial teórico se baseia nas produções de autores como Muniz Sodré e Felipe Trotta para a compressão da música brasileira e de autoras como Lélia Gonzalez e Jurema Werneck para o entedimento da dimensão da mulher negra na sociedade, no samba e no pagode. Como método de pesquisa, foram feitas entrevistas com figuras femininas que marcaram o nome na história da música e estão relacionadas ao crescimento midiático do pagode naquela época: as cantoras Adryana Ribeiro, Eliana de Lima, Leci Brandão e Adriana Lima, além da radialista Claudia Alexandre. Observa-se, a partir dessas vozes e interpretações feitas sobre o mercado musical daquele período, que a indústria fonográfica brasileira também se sustentou e ainda se sustenta sob as égides do machismo e do racismo, ambos estruturais, fazendo com que a projeção de pessoas negras a postos de reconhecimento e ascensão social só aconteça mediante negociações com quem, de fato, detém o poder.