Poéticas visuais: Performance negra como projeto político

O presente artigo pauta, nas perspectivas propostas por Rancière, a impossibilidade de dissociar arte e política, bem como as implicações dialéticas dessa relação no plano social. Parte-se do entendimento de que a produção cultural é permeada pelas estratificações sociais presentes na sociedade, tais como classe, gênero, raça/etnia entre outros fatores que, da perspectiva hegemônica, têm sido utilizados para justificar a manutenção de relações assimétricas de poder. É nesse ensejo que essa pesquisa se debruça sobre a atuação e performance das artistas Priscila Rezende e Michelle Mattiuzzi, apresentando a arte como cenário de tensões e disputas. Ademais, é no bojo dessa efervescência, que se propõe a análise desse cenário com recorte étnico-racial, ponderando sobre seus impactos como práticas culturais que vetorizam os valores que formam os repertórios sociais, compreendidos como uma disputa em relação à partilha do sensível.