Chamada de Trabalhos: revista Extraprensa

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Plataformização da cultura: criação, produção, trabalho e fruição em tempos de digitalização da economia

O desenvolvimento das plataformas digitais tem alterado profundamente a maneira como realizamos as nossas atividades diárias. Sejam atividades relacionadas ao lazer e à educação sejam as tarefas relacionadas ao trabalho, quase sempre haverá um aplicativo disponível no Google Play ou na Apple Store para intermediar as nossas ações e a forma como nos relacionamos com o mundo. Essa inserção das plataformas nas práticas sociais tem sido denominada de plataformização (HELMOND, 2015). Uma das principais promessas é que quanto mais integrados estivermos com as aplicações, via computador, celulares, relógios ou outros “gadgets”, melhor os sistemas inteligentes performarão e, portanto, mais produtivos, criativos e satisfeitos estaremos. Com o passar dos anos, entretanto, os aspectos negativos da economia de plataformas são cada vez mais preocupantes.

Nos setores das indústrias criativas e culturais, esse fenômeno da inserção das plataformas digitais tem impactado na maneira de produzir/criar, distribuir, comercializar e consumir bens e serviços culturais. Thomas Poell, David B. Nieborg, and Brooke Erin Duffy (2022) denominam esse processo de plataformização da produção cultural, isto é, a integração de plataformas digitais, com suas dimensões econômica, governamental e infraestrutural nos diversos setores das indústrias criativas e culturais, assim como na organização das práticas de trabalho, criatividade e participação.

Com a finalidade de compreender como esse fenômeno está transformando os processos de criação, produção, organização, consumo e participação dos artistas, produtores, instituições e públicos no campo cultural, bem como levantar os novos desafios na formulação de políticas públicas para a cultura, a revista Extraprensa convida a comunidade de pesquisadores interessados na temática para contribuir escrevendo um artigo científico para o dossiê:  Plataformização da cultura: criação, produção, trabalho e fruição em tempos de digitalização da economia.

 

Os trabalhos podem versar os seguintes eixos:

 

Novas tecnologias e estruturas digitais do campo de produção cultural e criativo

Esse eixo pretende refletir sobre como as novas tecnologias de comunicação e informação estão afetando a dinâmica estrutural dos ambientes de criação, produção, distribuição, promoção e consumo da produção simbólica na contemporaneidade.

 

A plataformização e os novos processos de gestão, governança e organização dos setores culturais e criativos

Esse eixo pretende discutir como a plataformização da produção cultural está alterando os processos de gestão, governança e organização de redes de agentes, empresas e instituições culturais para compreender as novas assimetrias e relações de poder e dependência das grandes empresas de tecnologia.

 

A plataformização e as transformações no mercado e na organização socioeconômica da produção cultural

Esse eixo procura apresentar artigos sobre os impactos da plataformização organização dos setores culturais e criativo para compreender como as plataformas digitais estão alterando as dinâmicas de produção e consumo e redesenhando os mercados culturais.

 

A plataformização da produção cultural e os processos de criação

Procuraremos reunir nesse eixo textos que discutam como as plataformas digitais estão alterando as dinâmicas e processos criativos de diferentes linguagens artísticas como a música, as artes cênicas, visuais entre outras.

 

A Plataformização da produção cultural e o trabalho

Esse eixo tem por objetivo identificar, levantar, analisar como as plataformas digitais estão impactando nos processos de criação, produção, distribuição, promoção e consumo e na organização socioeconômica do trabalho no campo de produção cultural.

 

A plataformização e a democratização da cultura

Esse eixo pretende reunir artigos que discutam sobre os novos diálogos e desafios entre as novas tecnologias de comunicação e informação e suas plataformas digitais e os direitos humanos, abordando temas que apresentem os impactos da plataformização da produção cultural formas de acesso à: informação, liberdade de expressão, diversidade, privacidade, compromisso com a verdade, combate ao discurso de ódio e discriminação.


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