Espaço urbano e cultura: a construção da Avenida Paulista como corredor cultural

Autora: Lucía Sbampato, possui formação acadêmica em Ciências da Comunicação/Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires, atuou no grupo de pesquisa "Comunicação e cidade" pela UBA e pós-graduação em Gestão de Projetos Culturais pela Universidade de São Paulo (USP).

Orientador: Prof. Dr. Dennis de Oliveira

 

     A pesquisa "Espaço urbano e cultura: a construção da Avenida Paulista como corredor cultural" faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso de especialização de Gestão de Projetos Culturais (2019). Busca analisar o vínculo entre o espaço urbano e cultural na cidade de São Paulo, bem como a concepção de espaços humanizados e inclusivos. Para o estudo de caso, a pesquisa trata da Avenida Paulista, um importante ponto para atividades culturais, por meio de uma análise de conteúdo de sites institucionais e observação participante. 

 

     Em resumo, o trabalho aborda sobre a vivência da população em cidades, ou seja, visto que segundo o relatório The World's Cities in 2016, da ONU, aproximadamente 54,5% da população mundial é urbana, sendo relevante pensar o espaço urbano, suas possibilidades e limitações para o convívio humano, por isso, o objetivo é refletir a patir do estudo de caso do corredor cultural da Avenida Paulista as relações desse vínculo. Atualmente, esse local é um dos centros mais importantes do Brasil.

 

                                                                                                                                              Imagem: Divulgação             

 

    Para o desenvolvimento da análise, a pesquisa foi desenvolvida em pontos fundamentais: a) Espaço urbano; b) A cidade cultural e c) A cidade na convivência; 

 

  • Espaço urbano

     Entende-se aqui a explicação do que é uma cidade através da combinação de formas, pessoas, objetos, fluxos, lutas, informações, ruas, capitais, imaginários e edificações em constante transformação, sendo o espaço que permite o ser humano desenvolver suas habilidades e funcionalidades do cotidiano.

     Além disso, o tópico procura refletir a ideia sobre o que compõe uma cidade, por meio de diversos fragmentos que permitem formular a sua representação como no âmbito econômico, cultural, turístico, político, entre outros como a vivência de moradores, relatos e o retrato da mídia. Para a autora "As cidades se transformaram no palco dessa crescente massa de informações, comunicações, tecnologia e dados que fluem pelo globo".

 

  • A cidade cultural

​     Esse item é fundamental para a compreensão da pesquisa. Primeiramente, procura-se entender a definição de cultura que, após passar por um longo trajeto e diferentes concepções, é utilizado Thompson (2011) que propõe uma nova concepção para essa palavra, denominada então de estrutural. O autor afirma que esses fenômenos sempre estão inseridos num determinado contexto sócio-hisótico.

     Um ponto a destacar é que, através de novas demandas do mercado como posicionamento cultural, surgiu uma série de intervenções no espaço físico das urbes como: revitalização de centros históricos, modernização de orlas, fluviais e marítimas, abertura de novos museus, centros culturais, entre outros, que podem levar a perda de identidade cultural, social e histórica desses lugares.

 

  • A cidade na convivência

​     Essa parte busca retratar a troca das potencialidades e possibilidades que reside entre a cidade e os indivíduos, visto que o local proporciona momentos desde a interação até a discriminação. Apesar de diversos pontos a serem observados, é importante ressaltar o que a autora traz sobre o compartilhamento com a vida pública e que, embora há muitas pessoas vivendo na metrópole, as mesmas se encontram afastadas de espaços públicos, sendo um desafio para a sociedade contemporânea um local que estimule encontros de brincadeiras e aprendizados, ou seja, incluir a cultura nos espaços de forma significativa.

 

     Após abordar brevemente essas características que fundamentam a pesquisa, parte-se para a análise proposta, onde a Avenida Paulista é caracterizada como um dos cartões postais mais representativos da cidade de São Paulo. Sendo assim, há três itens a serem vistos: a "Paulista como corredor", onde há uma abordagem em relação a sua estrutura como prédios, estabelecimentos, comprimento, ciclovia, etc, que resultam no principal palco para manifestações da metrópole. A "Programação cultural na avenida", que expõe os principais pontos turísticos e culturais do local, onde há apresentações  e exposições artísticas. E, por último, a "Arquitetura e organização do espaço", que propõe desenvolver sobre o projeto arquitetônico da avenida e dos equipamentos culturais como calçadas com bancos, ganhando uma intervenção de arte urbana, além de dar visibilidade ao maior projeto da avenida, o Museu de Arte de São Paulo (MASP), entre outros ambientes culturais.

 

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