Informações sobre o livro
Organizado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, por meio da sua Setorial Dandara, o livro “Ecos de Búzios: contribuições ao debate brasileiro sobre Comunicação e Relações Étnico-Raciais” reúne artigos, entrevistas e ensaios escritos por intelectuais e ativistas comprometidos com a justiça racial e com trabalhos relevantes na área da comunicação.
A obra aborda temáticas como racismo algorítmico; jornalismo e racismo estrutural; inteligência artificial e automatização de estereótipos raciais; interseccionalidade e governança da internet; soberania tecnológica e justiça racial; periferias e direito à comunicação; políticas de comunicação e racismo; cinema e negritude; comunicação comunitária.
O nome “Ecos de Búzios” diz respeito à inspiração do livro na Revolta dos Búzios, manifestação popular, protagonizada por pessoas negras, na Bahia, em agosto de 1798. Assim como os boletins sediciosos da Revolta dos Búzios, os textos deste livro são de denúncia e anúncio: a denúncia das desigualdades estruturais de comunicação, notadamente pela perspectiva racial, e o anúncio de ideias para uma espécie de “programa preto” das comunicações no Brasil.
Como escrito por Paulo Victor Melo e Tâmara Terso, organizadores do livro, “a inspiração em Búzios assenta-se na noção de que a questão racial é determinante tanto na formação social, política e econômica da sociedade e do Estado brasileiros quanto na estruturação dos meios de comunicação no país. Os Boletins Sediciosos foram articulações no ambiente da comunicação para construção de lutas em defesa dos direitos das humanidades negras e indígenas”.
Ao assinar o texto de quarta capa da obra, o professor Muniz Sodré diz que “este é o primeiro livro a puxar um fio, com a perspectiva da questão racial, entre a Revolta dos Búzios e a organização moderna da sociedade e do Estado brasileiros, mostrando que a imprensa negra se pautou em seu surgimento pelas experiências embrionárias de sedição. Na leitura dos búzios de Ifá já se vislumbrava a emergência histórica do coletivo negro como sujeito na luta descolonial. Uma coletânea indispensável”.
Detalhes do evento:
21 de novembro - quarta-feira, às 19h30
Auditório Freitas Nobre - Departamento de Jornalismo e Editoração
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - Prédio 2 - Cidade Universitária - SP