#EleNão: um estudo do fracasso das manifestações feministas contra a candidatura de Jair Bolsonaro a partir da linguística cognitiva de Lakoff

Parte das mulheres brasileiras se uniram em prol de um objetivo durante a eleição de 2018: impedir que Jair Bolsonaro fosse alçado ao posto mais alto da República. Elas falharam. Em primeiro de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro tomou posse como Presidente do Brasil. Como isso aconteceu? Este trabalho pretende seguir um dos fios do novelo emaranhado que compõe a resposta dessa pergunta: por que o movimento #elenão não conseguiu passar as suas mensagens para os eleitores brasileiros? Trazendo as teorias sobre o cérebro humano e a política do linguista cognitivo George Lakoff para a análise da comunicação realizada pelo movimento, o artigo busca entender como a visão dualística de razão versus emoção, herdada do iluminismo, e o desconhecimento sobre o funcionamento da cognição humana prejudicou o objetivo almejado pelas ativistas feministas que saíram às ruas do país contra a eleição de Bolsonaro. Além disso, também contextualizamos as eleições de 2018 sob dois outros aspectos: a misoginia do âmago da cultura judaico-cristã brasileira e a guerra cultural que o país atravessa.