Racismo estrutural e mercado de trabalho - considerações sobre programas de promoção da diversidade, equidade e inclusão nas empresas, após implantação de ações afirmativas nas universidades

Autor do Trabalho: 
Ana Cristina Feitosa de Pinho
Português, Brasil
Curso: 
Cultura, educação e relações étnico-raciais (ETNOCULT)
Ano da Defesa: 
2024
Resumo: 
A implantação de programas de promoção da diversidade, equidade e inclusão nas organizações é, além de um compromisso social, um fator estratégico para as empresas. Por um lado, temos uma população essencialmente negra que ainda vivencia as piores condições de trabalho. Por outro, há uma pressão social de que o racismo e a discriminação sejam observados, e, portanto, os processos de seleção, promoção e desenvolvimento pessoal internos das empresas mudem e ampliem seu escopo. Assim, o objetivo central desta pesquisa é observar empresas nacionais, sediadas ou com filiais na cidade de São Paulo, que já implementaram programas de promoção da diversidade, equidade e inclusão e confrontar as expectativas, bem como as convergências e divergências de olhares, dos gestores e pessoas negras atendidas pelos programas. O intuito é elencar as possibilidades além dos limites destes programas empresariais no enfrentamento do racismo estrutural. Metodologicamente, faremos um estudo de caso a fim de investigar de forma aprofundada a experiência de uma empresa; seguiremos com a análise e interpretação dos relatórios anuais, da missão e dos objetivos propostos nos programas de promoção de diversidade da empresa avaliada; realizaremos entrevistas estruturadas com CEOs e/ou responsáveis pelos programas de diversidade e funcionários atendidos. Infere-se que, mesmo quando pessoas negras alcançam cargos de gestão, a estrutura racista permanece intacta, uma vez que as bases daquela empresa foram criadas dentro do capitalismo dependente, onde o racismo estrutural é fundamental para que ela própria sobreviva.