Rap de Mina

O trabalho audiovisual Rap de Mina, realizado para a disciplina Teorias da Cultura, teve como principal objetivo mostrar a diversidade dentro do recorte de mulheres mc’s na cidade de São Paulo.

A linguagem predominante no vídeo é o rap, sendo o mesmo totalmente rimado, desde sua apresentação até a contextualização final. O vídeo apresenta as duas modalidades as quais os mc’s articulam sua arte, o ‘freestyle’ (rimas de improviso) ou trechos de rimas autorais escritas pelas mc’s e escolhidas como as que melhor identificam a mensagem que gostariam de passar no momento.

Buscando representar a diversidade dentro desse recorte de rap feminino, apresentando mulheres das mais diferentes etnias, orientações sexuais, religiões e culturas, por exemplo, descendente de árabes, militantes do movimento afrodescendente, LGBTT, incluindo uma trans não binária, mulheres que lutam contra a gordofobia e até mesmo rap cristão, sendo que em vários casos as mc’s levantam mais do que uma dessas bandeiras e sua militância.

Apesar de utilizarmos essa variada pré-seleção a fim de contemplarmos uma variedade mais ampla possível de mulheres, o grupo não realizou nenhuma pergunta prévia ou direcionou as mc’s a rimar sobre determinado assunto ou selecionar determinada letra. Com isso buscamos deixar as mc’s livres para expressarem aquilo que lhes dessem vontade e abordando temas que lhes inspirassem, reafirmando nosso objetivo de dar espaço de fala e expressão para essas mulheres.

Após o convide à apresentação do vídeo abordamos as selecionadas e fizemos uma entrevista com duas perguntas pertinentes à ambas:

- O que é Diversidade Cultural para você?

- Por que escolheu o rap como sua arte de expressão?

Todas elas conseguiram expressar o que é diversidade segundo suas visões a partir da resposta da segunda pergunta, pois todas foram unanimes em apresentar que a diversidade estava no fato de escolherem o próprio rap como sua arte de expressão, pois acreditam que através desta arte podem expressar o que pensam, como vivem e influenciar sendo vozes de muitas outras pessoas porque acreditam que o rap é uma arte de contestação social, de afirmação de identidade e de expressão cultural. Todavia o conceito de diversidade em si nenhuma delas abordou diretamente demonstrando talvez uma falta de compreensão teórica deste termo, é como se praticassem a diversidade sem entender que a exercem, isto foi um traço interessante de observar durante as entrevistas e relevante a ser abordado em futuras pesquisas quanto gestores de projetos culturais.

Na apresentação audiovisual contamos com a colaboração de Madja Assad, Gabi Nyarai, Ariel Silva, Sula Profeta, Beatriz Anarka, Vivi Estevam, Sara Donato, Flor Costa e mais no trecho inicial do clipe a participação de Luana Hansen, Souto MC e Isa Paz, para assim mostramos a nossa visão de diversidade cultural pelo viés do Rap de Mina, visando com isto combater qualquer traço machista que o rap possa imprimir nesta sociedade dando vozes a esta mulheres que por muito tempo ficaram caladas e desacreditadas, afirmando que mulher também sabe fazer rima e que temos muito o que dizer tanto dentro do Rap, quanto fora deste contexto.

Somos mulheres com vozes e através deste trabalho buscamos apresentar outros traços da diversidade destas vozes femininas na cosmopolita cidade de São Paulo.

Matéria:

Teorias da Cultura

 

Professor:

Prof. Dr. Dennis de Oliveira

 

Alunos:

Aline Gomes Soares;

Flavia Negrão;

Flor Costa;

Mariana Zoboli;

Vanessa Manassés de Souza

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