O presente trabalho aborda os discursos de professoras sobre a educação das relações étnico-raciais na educação infantil. O objetivo geral deste estudo é compreender a experiência de educadoras da educação infantil de uma escola de São Paulo (SP) sobre a percepção do racismo e o enfrentamento a esse problema no ambiente escolar. São objetivos específicos: analisar os impactos e desafios impostos pelo racismo estrutural (ALMEIDA, 2019; OLIVEIRA, 2021) entre professoras da educação infantil, tanto na vida pessoal delas como na vivência com os educandos; e verificar os conhecimentos das docentes participantes com relação à lei 10.639/03. A fundamentação teórica do trabalho aborda definições sobre racismo e, de forma específica, o racismo estrutural, racismo na educação e debate acerca do tema na educação infantil. Para chegar aos resultados, foi realizado um questionário aberto, composto por nove perguntas organizadas na plataforma Google Formulários, e enviado a 23 professoras de educação infantil da região de Cidade Ademar, Zona Sul da cidade de São Paulo (SP). O conteúdo foi respondido por 20 docentes. Após as respostas, o questionário foi dividido em categorias e analisado a partir do contexto da fundamentação teórica do trabalho. Silenciamento do racismo, manifestações de preconceito capilar, influências de famílias dos educandos em comportamentos racistas das crianças, preocupação com a formação da identidade dos educandos no cenário da educação infantil, o reconhecimento da relevância da representatividade, a necessidade de formação dos educadores e a persistência da invisibilidade da lei 10.639/03 para muitos (as) docentes da educação infantil estiveram presentes nos resultados da investigação.