Experiências leitoras e branquitude: sobre a emergência de práticas literárias antirracistas

Autor: Aline Borrely Ataide
Ano da Defesa
2024

Resumo

Enfrentar os desafios para o letramento racial é urgente em nossos tempos. Brancas e brancos antirracistas, que, por terem na pele um instrumento de poder, devem reconhecer seus privilégios e contribuir para a equanimidade da sociedade brasileira. Dentro das possibilidades de atuação de uma professora de língua portuguesa dos anos finais do ensino fundamental, pretende-se com este trabalho, analisar respostas da turma de oitavo ano do ensino fundamental de uma escola privada da zona oeste de São Paulo à literatura produzida por autoras/es negres e indígenas. Para tanto, como aporte teórico-metodológico, utilizaremos perspectiva da pesquisa-ação, que pretende agir sobre uma questão coletiva, em reciprocidade com o público. A pergunta que nos orienta é quais as contribuições da literatura para a sensibilização e formação de jovens na luta contra o racismo? Infere-se a possibilidade de encontrarmos no potencial estético da literatura um caminho para a visibilização das subjetividades de negres e indígenas, que com sua produção literária, estabelecem novos paradigmas de análise e ensino de literatura brasileira. Usar esse instrumento em sala de aula favorece que se identifique a humanidade no outro, aproximando realidades e ampliando relações de afeto com o ato leitor, mas também da conscientização sobre os aspectos em que o racismo limita ou encerra experiências fundantes de nossa construção enquanto sujeitos.