Acolhimento à brasileira: Percepção dos imigrantes negros sobre o Brasil imaginado e o Brasil real
Autor: Ana Caroline Bueno de Camargo
Ano da Defesa
2017
Resumo
Para entender e humanizar os refugiados, resolvi fazer entrevistas biográficas com quatro pessoas, sendo três haitianos e um africano. O objetivo era saber como viviam, como foram recebidos e quais circunstâncias os fizeram deixar seus países de origem, e o que esperavam encontrar no Brasil. O recorte de ouvir refugiados negros foi para avaliar como o estrangeiro negro enfrenta a questão do racismo, visto que o Brasil é um país que maltrata seus próprios negros, quais foram (e são) os enfrentamentos desses refugiados? Nesse cenário, quatro personagens, com realidades distintas, dividem experiências semelhantes, como falta de trabalho, saudade de suas origens e familiares e anseios por uma vida melhor. A situação do refúgio é atualíssima no mundo todo, segundo relatório do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) “Tendências Globais” (Global Trends), que registra o deslocamento forçado ao redor do mundo com base em dados dos governos e das agências, aponta que 65,3 milhões de pessoas estão deslocadas. Número equivalente à população da França. No Brasil, o indivíduo que está em situação de refúgio ainda é invisível, pouco se sabe sobre essas pessoas, o que constam são dados e gráficos, mas e o ser humano atrás dos números? Meu propósito foi descortinar o humano atrás dessa circunstância
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